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Praça Luiz Palmier (Praça do Rodo)

Atualizado: 4 de jul. de 2021



Lá no rodo, a pequena e charmosa “locomotiva” elétrica que constituía o bonde de São Gonçalo mudava o rumo e o destino do município aspirante a polo industrial. Fazia o giro ou entorno dos trilhos: o rodo municipal. Entretanto, uma pena, não durou tanto assim o nosso sonho de mobilidade urbana e progresso. Boas intenções e verbas para investir não foram suficientes. É difícil compreender quando foi que a prosperidade fez a curva aqui na cidade; havia trem e bonde. As coisas mudaram mesmo, só olhar o trânsito e os pontos de ônibus atualmente. No espaço chamado de Rodo de São Gonçalo, só por causa do giro que o bonde da Companhia Tramway executava, viu-se acontecer certo tipo de desvio também no progresso.


Esse lugar onde o bonde fazia curva virou uma praça, que alguns chamam de Praça do Rodo (por causa do bonde) ou Praça da Marisa (por causa da loja) e algum dia foi chamada Praça do Coqueiro (por causa de uma árvore que tinha lá), chama-se oficialmente de Praça Luiz Palmier, nome do médico, educador e político, ex vereador de São Gonçalo, que colaborou em vários jornais, do Estado do Rio, entre eles: "O Fluminense", "A Gazeta de São Gonçalo" e "O São Gonçalo". Foi fundador e diretor médico do Hospital de São Gonçalo e entre os trabalhos que publicou, contam-se: "A B.C.G. na Maternidade do Hospital de São Gonçalo" e "São Gonçalo Cinquentenário", em comemoração à emancipação político- administrativa do município, em 1940. Com participação na comunidade gonçalense, fundou e colaborou na manutenção de diversas entidades sociais, recreativas e filantrópicas, no Município de São Gonçalo, desde sua chegada a esse município em 1918, até sua morte em 16 de outubro de 1955.



Em 2010, durante a administração da ex-prefeita Aparecida Panisset, a praça recebeu uma reforma que prometia resgatar a memória dos bondes, com uma grande coluna de aço Corten e colunata em granito, onde seriam afixados os painéis que resgatariam a história dos tradicionais bondes, que faziam o ponto final na região. Teve até protestos de evangélicos que eram contra a obra, pois parte da construção se assemelharia com um obelisco. O tempo foi passando, o mandato de Panisset acabou, mas a obra não foi concluída, ficou inacabada a ponto da população sequer entender ao que se tratava a homenagem. O formato cilíndrico, mesmo não sendo realmente um obelisco, acabou ganhando essa conotação fálica nas piadas da população.


Em outubro de 2020, 10 anos após o tubo metálico ficar lá oxidando no meio da praça, finalmente a praça foi reformada e deram um propósito a toda aquela estrutura abandonada. O grafiteiro gonçalense Marcelo Eco foi o responsável por grafitar a coluna de aço de 140m² imponente no espaço. O monumento recebeu imagens gráficas emblemáticas da cidade. Batizada de Memórias, a obra retrata, de forma abstrata, imagens históricas da cidade, como os índios Tamoios (que habitavam essas terras antes da chegada dos portugueses e franceses), o antigo cinema existente nesta praça (o primeiro da cidade), o trabalho do francês Paul Landowsky na confecção da cabeça da estátua do Cristo Redentor no bairro Barro Vermelho e a realização da segunda corrida automobilística do Brasil em 1909.


Localização: Entre as ruas Dr. Feliciano Sodré e Dr. Nilo Peçanha e a avenida 18 do Forte, no bairro Centro, São Gonçalo-RJ.


Referencias do texto:

Referências das imagens:




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