E seguimos nossa epopeia ferroviária na estação mais conservada da EFL de São Gonçalo: Estação Porto da Madama. Porto da Madama, ou somente Madama, é um bairro do 4º distrito (distrito de Neves). Contam os livros que havia uma estação de trem responsável por transportar madeira e carvão de Cachoeira de Macacu pertencente ao empresário Paulo Leroux, cuja importância na região foi tamanha que seu nome batizou até nome de rua. Sua mais fiel parceira de trabalho chamava-se Maria Bazim Desmarest, uma das parentes dele, e exigia esforço no falar do nome. Por isso, referiam à Senhora Desmarest, com a forma abrasileirada da pronúncia madama, em vez de madame em português correto, daí teria surgido o nome do bairro (e da nossa estação).
Em Madama ainda se podia tomar o trem, conforme mostra a reportagem de O Dia, de 19/02/2003: "Os 33 quilômetros do ramal ferroviário Niterói-Visconde de Itaboraí, administrados pela Central e que não interessaram a concessionárias, permanecem no abandono. Parte desses antigos trilhos será transformada na moderna Linha 3 do metrô. Mas o que se vê hoje é a total falta de investimentos. 'Temos por dia uma verba de apenas R$ 4 mil para manutenção dos ramais', disse o diretor de produção da Central, Roberto Santos. Apenas um trem, da década de 1950, circula a 20 quilômetros por hora, e muitas vezes é impedido de seguir por causa de defeitos e de carros que estacionam nos trilhos. Além disso, lixo, mato e esgoto cortam a linha férrea. Na estação da Madama, a estrada de ferro é totalmente encoberta pelo capim. O ramal serve a 180 pessoas por dia, que pagam passagem de R$ 0,60. É o caso do porteiro Marcelo Eugênio, 34 anos, que leva duas horas de Itaboraí para Niterói."
Segundo Carlos Latuff em 2003 a estação servia de residência de um ferroviário aposentado no entanto, ainda servia de parada. Talvez por isso ela seja a mais consevada das estação, a manutenção de seus moradores. Mesmo assim se encontra repleta de pichações.
Em 2012 a prefeita Aparecida Panisset sancionou lei de autoria do vereador Marlos Costa que tombou esta e outras estações na cidade, mais precisamente as estações do Tamoio e de Alcântara, que ainda estão de pé. O projeto original de tombamento prevê a restauração do espaço físico e posterior transformação desse espaço em centro de cultura e de memória.
Localização: Rua Maria Amélia Romanazi, atrás do Posto de Saúde Doutor Robert Koch, Porto da Madama, São Gonçalo-RJ.
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