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Cruzeiro da Pedra da Coruja



Ao passar pela Praça Zé Garoto no centro de São Gonçalo você já deve ter reparado uma cruz fixada na pedra, logo ali atrás do Hospital da mulher. Você sabe quanto aquela pedra e aquela cruz são importantes para história cidade de São Gonçalo? Trata-se do “Cruzeiro da Pedra da Coruja”.


A pedra tem esse nome devido ao formato visto pelos portugueses ao entrar no território de São Gonçalo pelo rio Imboassú, ela foi durante muito tempo um ponto de vigia da vila de São Gonçalo (atual Zé Garoto). Lá ficavam os sentinelas para vigiar possíveis invasores como os índios Tamoios e outros.


A Pedra da Coruja foi palco de um acontecimento que passou para história do Brasil e deixou perfurações até hoje vistas na encosta da pedra. A “Revolta da Cachaça” em 1660 fez com que o exército a mando do Governador-Geral do Rio abrisse fogo com balas de canhões por soldados postados na colina onde hoje é o ICEBEU. Os soldados atiraram balas de canhão na rocha para que talvez ela caísse sobre as casas abaixo.


Em 1946, três séculos depois de erguida a paróquia de Gonçalo de Amarante a mando do rei Dom João IV, de Portugal, o então pároco Godofredo Barenco Coelho convocou autoridades do município e todos os fiéis católicos para festejar condignamente o tricentenário da Paróquia de São Gonçalo. Devidamente aprovado pelo Bispo da Diocese de Niterói, foi programado um Congresso Eucarístico Internacional para o ano de 1947 e decidiu-se erguer um monumento comemorativo.


Por proposta do padre Barenco, programou-se a construção do Cruzeiro, no alto da Pedra da Coruja, na colina situada atrás da Igreja Matriz, dominando toda a paisagem do centro da Vila de São Gonçalo.


Através de doações, o comércio e a indústria forneceram o material necessário. Afinal cimento não era problema na terra da Fábrica Mauá. Nem areia, pedra britada e umas poucas varas de vergalhões cedidas pela Metalúrgica Hime. A mão de obra, a prefeitura ofereceu. Faltava resolver como fazer chegar aquele material lá em cima do morro íngreme (e então totalmente desabitado).


Tal problema foi resolvido pela grande mestra Dona Estefânia de Carvalho que, inspirada no exemplo das formigas contado nas fábulas de La Fontaine, propôs que todo aquele material fosse levado pelos alunos do Colégio São Gonçalo (que ficava ao lado da Igreja ao pé do morro). Padre Barenco gostou da ideia e a prefeitura mandou abrir uma trilha no morro, começando nos fundos da Casa Paroquial e lavando até a Pedra da Coruja.

Empacotados em saquinhos de compras dos armazéns (na época não havia supermercados) areia lavada, brita e cimento viraram pequenos volumes de no máximo cinco quilos que qualquer garoto ou menina poderia carregar até o alto do morro e depositá-los no lado da pedra onde os operários construiriam o monumento.


E foi assim, num grande mutirão, que a garotada convocada por dona Estefânia e Padre Barenco subiu o morro como um verdadeiro formigueiro em marcha, levando o material para construir o CRUZEIRO, inaugurado juntamente com o Congresso Eucarístico Internacional, que aconteceu no campo do Tamoio, para comemorar o Tricentenário da Fundação da Paróquia de São Gonçalo de Amarante.


Por meio da Deliberação nº 557/69, de 10 de setembro de 1969, aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada pelo Prefeito, Dr. Osmar Leitão Rosa, foram instituídos o Brasão Heráldico e a Bandeira do Município de São Gonçalo, nos quais constam a Pedra do Cruzeiro.


Em 2012, na Semana Santa, foram inauguradas as placas da Via Sacra, que saem do pátio da igreja até o cruzeiro.



Texto retirado do site Frederico Carvalho e das páginas de Facebook Alex Wölbert e Curto SG (links abaixo).

Imagens extraídas do Arquivo Nacional e da página de Facebook Curto SG (links também abaixo).


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