O Parkour surgiu na década de 80, na cidade de Lisses, França, criado por David Belle. A prática do Parkour consiste em deslocar-se de um ponto a outro da forma mais rápida e eficiente possível usando apenas o próprio corpo a partir de técnicas específicas de saltos, escalada e amortecimento de impacto.
O Parkour SG foi foi criado no ano de 2006 na cidade de São Gonçalo - RJ, por um grupo de amigos que decidiram estudar a modalidade através da internet, e posteriormente, buscar conhecimento em encontros da modalidade pelo Brasil e pelo mundo. A comunidade Parkour São Gonçalo, com a variação de 70 a 100 praticantes oficiais dentro do município, incluindo professores, alunos e atletas, é uma comunidade que organiza o Parkour no cenário municipal, visando a expansão da mesma através do aumento do número de praticantes (traceurs e traceuses) e dos espaços para a prática dentro da cidade, com o objetivo de propagar a cultura do movimento e a qualidade de vida da população. Suas iniciativas incluem treinamentos teóricos e práticos aos iniciantes, realização de eventos sociais, encontros municipais anuais, conservação dos locais de treinamento públicos e construção de espaços apropriados à modalidade em diversas regiões de São Gonçalo.
Em 2006, início do Parkour em São Gonçalo, até o ano de 2009, foram anos de muita resistência devido ao preconceito que as pessoas tinham pelo desconhecido, afinal, não era comum no Brasil a prática do Parkour; por isso, com a chegada da modalidade na Praça Chico Mendes, localizada no bairro Raul Veiga, os moradores, logistas e frequentadores da praça tiveram muita resistência. Diversas vezes a comunidade foi acusada de vandalismo por pessoas leigas que não entendiam a modalidade; os atletas recebiam adjetivos como "loucos", e frequentemente ouviam expressões pejorativas do tipo: "estão treinando para serem bandidos/e ou correr da polícia, ou para pichar". Algumas vezes tentaram os expulsar do lugar com ameaças de ódio por achar que estavam quebrando bancos e muros com os saltos, assimilando a aparição do patrimônio público depredado com a presença dos praticantes em relação a percepção deles de como usavam o ambiente.
Entretanto, o tempo passou e o cenário foi mudando devido a resistência do grupo; após o ano de 2010, através da convivência da população local com a comunidade PKSG, muitos dos que julgavam os métodos de treinamentos passaram a apoiar, quando perceberam que a presença dos praticantes de Parkour estava contribuindo para o crescimento positivo da praça, e logo, perceberam que não era aquilo que especulavam. Todos passaram a observar as ações comunitárias feitas pelo grupo, pois sempre estavam cuidando do espaço, limpando e dando aulas, construindo e oferecendo aos jovens um caminho mais saudável, longe de drogas e vícios contemporâneos. A partir disso, perceberam que não estavam ali para destruir, mas para usar o espaço com boas intenções; ganharam o apoio, respeito e ajuda das pessoas que passaram a conhecer o trabalho, incluindo moradores e lojistas locais, como por exemplo, a Papelaria MIP - Alcântara e o Atacadão das Bicicletas da Praça, que os apoiaram muitas vezes doando camisas para uniformes para o grupo, de encontros municipais e com transportes de materiais.
Outro fato interessante é mencionar que o PKSG foi inspiração para a formação de nível superior de muitos praticantes que se tornaram professores e pesquisadores, através do incentivo da comunidade e pela inspiração dos ensinamentos passados.
Contudo, depois de muita resistência e superação da comunidade PKSG, a praça Chico Mendes passou por diversas mudanças, onde foi destruída pela suposta reforma da “Praça da Bíblia”, que inutilizou o local durante anos e tirou um dos espaços que tinham para treinar. Posteriormente, em paralelo, ainda ocorreu outra destruição da gestão pública, na segunda parte da praça, onde ficou anos com espaços inertes, com pouca iluminação e sem utilidade; foi quando decidiram criar em 2013 o seu próprio “Parkour Parque” com materiais reutilizáveis como pneus, madeiras, barras de ferro, aterro e restos de entulhos da destruição da praça. Esse espaço para prática do Parkour foi construído pela comunidade PKSG no ano de 2013.
Em 2015 ocorreu outra destruição, onde tiraram nosso espaço construído para a reforma da atual praça, e nesse meio tempo construíram uma área para a prática do parkour com a autorização da diretora no Colégio Estatual Professor Haroldo Teixeira Valladão - Ciep 240, localizado no Bairro Almerinda. Esse espaço os abrigou durante o tempo em que a Chico Mendes estava destruída e foi palanque para três edições do Encontro Gonçalense de Parkour (6º, 7º e 8º EGPK), para o Encontro Carioca de Parkour (8º ECPK) e para um Encontro Brasileiro de Parkour (10º EBPK), organizado pela PKSG e pela Omnis Pro Parkour.
Depois disso, aconteceu a reforma da empresa PCON, construtora do Atacadão da AV.Maricá, responsável pela última reforma da Chico Mendes devido a uma divida compensatória com a Secretaria de Meio Ambiente de São Gonçalo, na época ministrada pelo falecido Secretário José Rafael de Abreu Magalhães (Fael). Nessa reforma os organizadores do PKSG elaboraram um projeto de um pequeno parkour parque e realizaram uma reunião com o engenheiro da obra, o Germano; para explicar a presença do PKSG na Chico Mendes e a importância dessa cultura no local, pedindo-lhe para incluir o espaço junto ao projeto de reforma; felizmente tal pedido foi aceito e construíram o projeto no espaço solicitado, dando origem ao primeiro espaço oficial feito para parkour no Estado do Rio de Janeiro, uma parte do material utilizado na obra foi doado pela própria comunidade PKSG.
Os treinamentos são graduais, através de muita repetição de técnicas e movimentações,
treinamento de fortalecimento físico, treinos psicológicos e rodas de conversas para a
conscientização dos praticantes.
Para quem se interessou em participar, no presente momento, devido a pandemia e falta de recursos, o PKSG está inativo com as aulas coletivas; entretanto é possível encontrar professores da comunidade disponíveis para dar aulas. Para isso é necessário que entrem em contato através do instagram ou da página do Facebook do Parkour São Gonçalo - RJ, e terá um direcionamento para esses professores.
Texto extraído do artigo "PKSG - origem, perspectiva e objetivos", enviado a nós por e-mail.
Imagens do mesmo artigo e da página oficial no Facebook.
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