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Praça Estephânia de Carvalho (Praça do Zé Garoto)




A praça é do Zé Garoto? Bem, oficialmente ela é Praça Estephânia de Carvalho, em homenagem a uma das mais proeminentes e influentes educadoras do município de São Gonçalo, todavia, antes mesmo disso, ela era simplesmente a praça 5 de Julho. Mas então, por que essa insistência em chamar a praça principal de São Gonçalo em Zé Garoto?


Primeiro devemos saber quem era o tal do Zé Garoto. E o apelido está ligado a pessoa em particular, o imigrante português José Alves de Azevedo, que aos oito anos de idade chegou à São Gonçalo. Muito popular entre a população local, o português era carinhosamente chamado de “Zé Garoto” (Zé por causa de seu nome, José, e Garoto por que era comum chamar meninos desta forma).


Já adulto, Zé Garoto trabalhava como comerciante. Possuía um armazém onde hoje é o prédio do Antigo Fórum da cidade e a principal praça da cidade, a Praça Professora Estephania de Carvalho. Entre o armazém e o espaço onde hoje ficam o Colégio Estadual Nilo Peçanha e a praça havia o Largo (do Zé Garoto), ponto obrigatório do bonde com destino à Alcântara.



Foi um importante cenário durante as décadas de 40 e 50 do movimento operário gonçalense, sendo palco importante de intensas manifestações da organização local. Espaço público e livre, a praça se tornou o reduto dos manifestantes (ligados aos estaleiros locais, metalúrgicos da Hime, ao fabrico do fósforo, da fábrica de cimento Mauá e ao setor de pescado) que reivindicavam melhorias imediatas (salário mínimo, repouso semanal, indenização para vítimas e eleições nos sindicatos), a praça do Zé Garoto ou Estephânia de Carvalho, sempre teve mais significado do que o de uma simples e comum praça. Por mais que o tempo passe, a figura do Zé Garoto sempre continua presente naquele pedaço de São Gonçalo onde o bonde fazia a curva no sentido rumo ao Alcântara.

Uma hipótese bem aceita sobre o porquê de a praça ser conhecida popularmente como Praça Zé Garoto seria pela importância afetiva do bairro. Vou explicar melhor. Como a praça fica situada no Bairro do Zé Garoto e o local sempre ter sido um espaço afetivo e um ponto de encontro dos gonçalenses, coube ao consenso popular à tarefa de resignificar o espaço e dar um sentido próprio. Seja a Praça 5 de julho ou Praça Estephânia de Carvalho, o nome do bairro é mais marcante. Como acontece com a Praça Carlos Gianelli e que todos os gonçalenses a conhecem como Praça do Alcântara.


Atualmente a Praça, além de possuir brinquedos para as crianças, possui um chafariz com iluminação noturna e os bustos da professora Estephânia de Carvalho, do médico Luiz Palmier e o Monumento a Joaquim de Almeida Lavoura, ex-prefeito de São Gonçalo e já recebeu feiras, festivais de música, árvores de natal e muitos outros eventos.


Em 2008 a praça passou por sua mais notável transformação: mudou-se o calçamento de pedras portuguesas para tijolinhos típicos da fase Panisset, a praça ganhou grades em seu entorno, um coreto, um anfiteatro em mais uma homenagem ao Palhaço Carequinha (que morava ali perto no mesmo bairro), novos brinquedos e até um controverso espaço de criação de animais que contava com coelhos, miquinhos, peixes e até tucanos, espaço esse que felizmente não existe mais.


Em julho de 2021 a Secretaria de Desenvolvimento Urbano realizou uma série de melhorias na Praça Estephania de Carvalho, no Zé Garoto. O local, um dos mais representativos da cidade, recebeu ações das subsecretarias de Parques e Jardins e Iluminação Pública em serviços de poda, urbanismo e reposição de lâmpadas. Cerca de 15 pontos foram religados, transmitindo mais sensação de segurança e permitindo o retorno das famílias gonçalenses em todos os horários.



Endereço: Esquina das ruas Cel. Serrado e Cel. Moreira César, Zé Garoto, São Gonçalo - RJ


Textos e imagens dos seguintes links:




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